sábado, 1 de setembro de 2012

Jardim Anália Franco

O Anália Franco não pertence mais ao distrito, porém a maioria dos moradores a consideram parte do bairro. A história do local vale a pena ser conhecida, pois relata a vida de Anália Franco uma mulher negra que lutou contra o preconceito e pela justiça social. Anália Emília Franco, nasceu em 10 de fevereiro de 1856 no Rio de Janeiro. Anália foi escritora, mas após a Lei do Ventre Livre chegou a seu conhecimento que os bebês nascidos de escravas estavam destinados à “Roda” da Santa Casa de Misericórdia, uma vez que os escravos libertos andavam pelas ruas mendicantes. Anália dedicou-se a socorrer estas crianças, apelando para as mulheres fazendeiras, uma delas lhe cedeu uma casa para escola com a condição que os negros não se misturassem com os brancos, oferta recusada por Anália, que fez questão de pagar aluguel pelo imóvel. A fazendeira ressentida pela altivez da moça, abusando do prestígio político do marido, conseguiu a remoção da professora, pois achava um escândalo sua casa ser transformada num “albergue de negrinhos” A moça foi transferida e alugou uma casa, mas para alimentar as crianças começou a pedir esmolas pela cidade. Andava pela cidade acompanhada das crianças negras as quais chamava de “meus aluninhos sem mãe”, tornou-se o escândalo da cidade, considerada perigosa queriam livrar-se dela,. Para sua sorte um grupo de abolicionistas e republicanos se aliaram a ela contra os monarquistas, os católicos e os escravocratas. A professora entrou para o grupo dos republicanos, mas seu foco eram as crianças desamparadas. Fundou uma revista “Álbum das Meninas” com a matéria “As mães e educadoras”, seu prestígio no meio do professorado já era grande quando vieram a abolição e a República, a moça fundou várias escolas, entre estas o “Liceu feminino”preparatório para formação de professoras. Em 1911 conseguiu comprar uma chácara com 75 alqueires de terra, nesta havia um solar que fora ocupado por Diogo Antonio Feijó. Alí fundou o Lar Anália Franco, que funcionou até 1993. Em 1968 o terreno nas proximidades do Lar foi loteado para construção de um loteamento de alto padrão, assim nasceu o Jardim Anália Franco. Hoje o “Lar Anália Franco” foi tombado e acomoda uma das unidades da Universidade Cruzeiro do Sul, a construção é maravilhosa, ao redor do campus há um bosque encantador. Anália faleceu em 1919 em São Paulo.
Lar Anália Franco
Foto atual do lar anália franco
Bairro verticalizado atualmente

Um comentário:

  1. Cara Dona Deborah.
    Não existe nenhum REGISTRO OFICIAL que o Jardim Anália Franco pertenceu ao bairro do Tatuapé.
    No nosso site, desde 2005, contamos a história do bairro da Água Rasa e lá, com documentos oficiais da década de 1980, existe o Decreto que declara "Patrimônio Histórico da Cidade de São Paulo" o SOLAR DO REGENTE FEIJÓ (hoje aberto a visitas agendadas) e o Edifício do LAR ANÁLIA FRANCO (hoje Unicsul - Universidade Cruzeiro do Sul).
    Sintese do creto oficial: Solar do Regente Feijó e Lar Anália Franco - Av. Regente Feijó no bairro da Água Rasa.
    Infelizmente os historiadores de plantão informam ou Tatuapé ou Mooca.
    Como tiram de trechos de vários sites todos cometem o mesmo erro (proposital ou não).
    Na década de 90 a Prefeita Luiza Erundina num novo plano diretor da cidade criou o Jardim Anália Franco e este ficou subordinado à Vila Formosa e subprefeitura do Aricanduva.
    Para comprovar:
    Site: www.boleirosdaaguarasa.com - clique em "HISTORIA DO BAIRRO" e depois "COMO TUDO COMEÇOU".
    Lá no site estão os documentos oficiais.
    Obrigado pela divulgação.
    Waldevir Bernardo.
    E-mail: historiadaaguarasa@gmail.com

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